22 agosto, 2014

FAM Capítulo XII - Fred





Eu não acreditei naquela história de universitária recém formada, mas dei crédito pela sua criatividade Queria ver até onde ela era capaz de ir, se realmente iria até o fim no jogo que começou e no qual eu era especialista. Imaginei como seria fazê-la gemer, não resisti a esse pensamento. Sou arrogante, culto, estúpido algumas vezes. Bom em ler as pessoas e deixando que saibam sobre mim apenas o que eu quero que saibam. Tenho plena ciência da minha boa aparência física, carisma e proximidade com os jovens, já tive alunas que me deram mole, esse tipo de coisa não é novidade, mas tinha algo nela... que eu não sabia o que era, mas estava pagando para ver. Ela era como um livro e eu não me contentava em saber apenas o que dizia a capa, precisava lê-lo por inteiro e quando quero alguma coisa (ou alguém), não adianta fugir. Eu vou atrás.


Fiz bem meu papel. Eu podia ver o desejo queimando em seus olhos que falam muito mais que a boca, mas não queria ser precipitado antecipando minha jogada dando o xeque-mate. Era essa a intenção no começo, mas depois, mesmo nesse pouco tempo que passamos juntos comecei a sentir um carinho e certa admiração por ela. Seu autocontrole foi o que despertou meu interesse e ao mesmo tempo, o que me fez desistir. Ela não tomava nenhum tipo de iniciativa não sei porquê. Talvez soubesse que muito provavelmente não me veria mais e ela não é de fazer lances casuais, realmente não acho que tenha esse perfil, ou quem sabe ela acredita que irei recusá-la. Repensei e achei melhor deixar tudo como estava. Não valeria a pena continuar jogando, isso só a machucaria, pois ela poderia se envolver mais que o necessário e não é o que eu quero. Não mais. Comecei a me importar o suficiente para desistir.

Naquela praia deserta, no escuro, sob a lua minguante tudo ficou muito mais evidente. Aquele beijo me surpreendeu. O sim e o não martelavam na minha mente e vi o arrependimento começando a se formar em sua expressão pela minha falta de reação. Não queria mesmo magoá-la, de nenhuma forma e se ela, mesmo partindo amanhã sem saber se um dia me veria novamente, foi corajosa o suficiente para fazer o que quer, quem sou eu para lhe negar isso?! Afinal, esse desejo é mútuo.

Não perguntei se ela tinha certeza, não que eu estivesse sendo egoísta ou achando que ela pudesse desistir, mas se não tivesse certeza do que queria não teria dado o primeiro passo ou ao menos recusado meu avanço. Eu estava adorando vê-la fora de controle. Cheia e finalmente transbordando. Atrás daquela aparência frágil e meiga, escondia uma pequena chama, que não precisa de mais nada a não ser provocado na hora certa e no lugar certo para se tornar uma labareda. Era fácil de se perder com ela assim.

Ah droga! Sou o seu primeiro. - pensei - Tinhas minhas suspeitas, mas no mundo de hoje a gente nunca sabe. Não podia parar agora, então tive que me abrir com ela: - Eu te quero tanto... Quero isso desde a primeira vez que falou comigo. Por todo mistério que é, que transcende seu olhar e o que se deixa mostrar. Eu quero te desvendar... Saber quem você é de corpo e alma. - Estava dizendo a verdade, mas não teria revelado se fosse diferente. O problema daquela situação é o gosto que fica depois. De quero mais.

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